Pequenos sofridos (Sem a Vogal "A")

(D.A. da Citação)

Pequenos, sofridos e com sonhos destruídos.
Dormem sem pouso certo; expostos!
Trêmulos, entorpecidos.
Efeitos do pó: fome, medo.
Implementos destruidores!
Vestes e corpos fétidos.
Neurônios corroídos, endurecidos...
Crescimento e mente: zero!

Meninos precocemente envelhecidos com jeito de ontem.
Que futuro esses mirins podem pretender?
Desiludidos, sem vez nem voz...
Gestores dos três níveis, sem compromisso com esse mísero viver.
E o pior, isso é no mundo todo!
Por que tudo isso?
Procuro os motivos, e neles me perco.
Estou com o grito preso no pomo do pescoço!
Só o nosso misericordioso Deus pode interferir!

Página virada

Por muito tempo nossas almas 

viveram em sintonia quase perfeita.

Era um amor sem tormentos, 

havia muita ternura, 

e grandes alegrias,

até o dia que nossos corações

resolveram não mais pulsar

no mesmo ritmo.

Não sei se a rotina ou

ou inconformismo,

abriu-se um leque 

em forma de caminho,

você enveredou pra outras paragens.

E quando o diálogo cessou

veio a solidão a dois,

vida de aparências?

nunca! 

Logo,

ditei meu veredicto!

Revirei as gavetas da alma

e do coração,

convicta da decisão

virei a página da nossa história.

Documentário EIS AÍ UM POETA - 1ª Parte

Sentir provocante

Meu sentir é buliçoso,

Desassossega-me,

Leva-me onde não quero,

Diz coisas duvidosas,

Dita regras,

Insiste e determina,

Tira-me do sério.

Meu sentir é provocante,

Aguça minhas habilidades,

Manda,

Desmanda,

Aponta ,

Refreia,

Deixa-me tonta.

Meu sentir é dual?

Não, não pode ser,

Sou normal,

Perco-me 

Nesse labirinto,

E me encontro

Quando o sentir adormece.

Meu sentir é bandoleiro,

E eu sou amorosa,

Dengosa,

Não sou viscosa,

Mas gosto de chamego

No calor de um colo

Derreto-me!